terça-feira, 20 de maio de 2008

E agora a Escola?


Mais um dia, mais uma etapa...
Era agora necessário pensar numa escola para o Tesourinho. Afinal de contas, mais cedo ou mais tarde ia ter de regressar ao trabalho e deixar o Bruno em algum sitio seguro e onde ele se pudesse desenvolver.
O meu ponto de partida foi junto da equipa de adopções da Segurança Social que acompanhou o nosso processo.
As Drªs ASA e SA indicaram-me as escolas públicas e as IPSS da área do trabalho (uma vez que trabalho longe de casa) e disseram-me que não me preocupasse demasiado a procurar escola, uma das escolas da lista, a que eu escolhesse, teria de aceitar o Bruno.
Dito assim parecia tudo muito fácil...
Mentira.... Fui ligando para as escolas e, uma a uma, foi-me sempre dito que havia vaga. Quando tinha a “boa noticia” da vaga para o meu menino, eu dizia que ele era portador de Trissomia 21... Imediatamente a vaga era “repensada”... e no minuto seguinte, afinal, tinha acabado de ser feita a matricula de um outro menino que preenchia a vaga existente...
Andei nisto até ao inicio de Dezembro e já começava a ficar preocupada... Afinal o que é que eu ia fazer em relação à escola do menino... Onde é que o ia deixar enquanto estivesse a trabalhar...
Mais uma vez socorri-me das “minhas” assistentes sociais. Elas ficaram de falar com alguém que seria responsável pelos agrupamentos de escolas da área do meu trabalho. Também por aqui não foi fácil e não apareceu a tão desejada vaga...
Resolvi deixar os telefonemas de lado e por pés a caminho. Estavamos em meados de Dezembro. Percorri as escolas publicas e as IPSS da área do trabalho... Mais uma vez, após saberem da Trissomia 21, todas as portas se fecharam, sempre dizendo que não havia vaga...
Ouvi, no entanto, de passagem, que uma das IPSS teria algumas vagas tanto na sala dos dois anos como na sala dos três anos. Como o Bruno estava com os três anos era excelente... Nesse mesmo dia liguei para a IPSS a marcar uma entrevista, mencionando que tinha ouvido falar das vagas.
Foi-me marcada uma reunião com o psicologo da instituição para ele conhecer o menino e decidir se o Bruno podia ou não ir para a sala dos 3 anos e se podia, de todo, frequentar a instituição. Uns dias mais tarde foi-me confirmado que o Bruno podia iniciar as idas à “escola”, mas que teria de ficar na sala dos 2 anos, porque a vaga da sala dos três anos estaria preenchida...
A muito custo, tive de deixar o meu menino numa sala onde sabia que não iria ser estimulado... Nessa altura apercebi-me que teria de trabalhar muito com ele em casa e mudá-lo de instituição de ensino mal me fosse possível...

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