Já há algum tempo que não passo aqui a contar novidades da escola...
Pois é, a professora A. acabou por ainda estar algum tempo com a turma e, parece-me a mim (que sou muito suspeita), que ela nunca soube lidar com o Tesourinho, nem com o facto de no ano lectivo passado ele ter sido vitima de bullying (será que ela sabia???).
Aparentemente (e opto por acreditar na versão que me foi contada pela coordenadora da escola), todos os dias (quase sempre da parte da tarde) o Tesourinho ia muito agressivo para a sala. A prof. A. tentava (com dialogo) que o menino fosse para o lugar, o menino dizia-lhe que não, ela puxava-o pelo braço para o levar, o Bruno reagia, dando um pontapé à senhora.
Agora pergunto-me: será que nunca ninguém achou estranho que estes comportamentos ocurressem maioritariamente (ou quase exclusivamente) da parte da tarde? Será que nunca ninguém pensou em averiguar o que se tinha passado na hora do almoço, em que os meninos têm meia hora no pátio quase sem supervisão?
Pois é, eu tive muita curiosidade e, um dia desse período em que a prof. A. dava aulas a esta turma, perguntei ao Tesourinho o que se tinha passado na hora do almoço para ele ser mau para a prof. da parte da tarde.
O menino disse-me que andou à briga com os amiguinhos (dizendo o nome dos meninos que eu sei que habitualmente o acompanham). No dia seguinte perguntei a uma auxiliar se tinha tido oportunidade de assistir à briga dos meninos, ao que me foi respondido que sim, mas que não tinha sido uma briga. Os meninos estavam só a fingir que batiam uns nos outros mas que nem se tocavam.
Ora, parece-me a mim muito estranho que estes comportamentos sejam considerados admissiveis em escola. Será que não se deve incentivar os meninos (e meninas) a terem brincadeiras menos agressivas?
Para o Bruninho, estiveram a brigar e, mais grave, com "consentimento" de um adulto. Claro que quando foi para a sala, ia mais nervoso e com muita vontade de fazer só o que lhe apetecia.
Imagino que, quase todos os dias, naquele período em que a vigilância sobre os meninos é mais reduzida, acontecesse algum episódio que deixasse o menino frustrado, dando origem a comportamentos desadequados.
Diga-se que, durante este período de pouco mais de duas semanas, o Bruno apenas trabalhou no período em que teve a prof. de ensino especial em sala de aula. Isto corresponde a 5 horas de trabalho semanal.
Acho que mais grave ainda foi o facto de chegar-mos a um ponto de, só o facto de mencionar o nome da prof. A., o menino ficava a chorar.
Entretanto, no dia 6 de Outubro, após duas semanas com a prof. A. (que correram muito mal), apareceu finalmente o prof. J.C.. Este vem substituir a prof. V. e ficará, em principio, até ao final do ano lectivo.
Ao inicio parecia que tudo ia correndo bem. Logo no primeiro dia, o prof. disse-me que entendia o Bruno, nomeadamente, conseguiu entender que as brincadeiras preferidas do menino são jogar à bola e andar de bicicleta.
Nesse dia questionei-o sobre se costuma mandar deveres para casa, ao que me respondeu que sim.
Lá preparei eu a Kika para fazer deveres com o menino. É que a coisa comigo nem sempre corre bem, acho que ele tem medo de me desapontar e fica ainda mais nervoso com os deveres.
Quando chegaram os primeiros deveres deste prof., fiquei muito surpreendida. Ele madava o menino escrever "Bruno Pereira" e os números até 5.
Será que ele acha que o Tesourinho não tem aquisições de 1º ano???
Claro que o Bruno fez um bocadinho mais do que o prof. mandou: fez os números até 10 e escreveu o nome completo.
Pelo que sei, o Bruno, este ano lectivo, em sala ainda só trabalhou o tempo que a professora de ensino especial está na sala e o tempo em que a escola se lembra de deixar uma auxiliar a acompanhar o Bruninho e o L.
Ao que parece, continua a acontecer o Bruno ir mais agitado da parte da tarde, mas não voltaram a acontecer episódios semelhantes aos que ocorreram com a prof. A.
Falei com o prof. J.C. e já tinha também falado com a coordenadora da escola sobre as minhas suspeitas e preocupações de se estar a passar alguma coisa no período em que há menos vigilância sobre os meninos (hora do almoço), mas não me deram qualquer tipo de "descanso".
Mais grave ainda, na 4ª feira da semana passada, o Bruno apareceu ao pé de mim sem um dente que, para além de não estar a abanar, curiosamente nasceu já eu era Mãe dele. Teria o menino 4 aninhos. Esperava eu que este fosse dos últimos dentes de leite a cair.
Para não dizerem que eu faço queixa para a DREL por tudo e por nada, desta vez dei o beneficio da duvida e após contacto com a coordenadora da escola na 5ª feira de manhã, esperei por 6ª feira à tarde para me dizerem o resultado das averiguações.
Deu em nada: ninguém sabe, ninguém viu. O dente desapareceu por obra e graça do Espirito Santo...
Mais grave, fui eu que tive de ligar para a escola e como a coordenadora da escola não estava, passaram o telefone ao prof. J.C. que, para além de me dizer o resultado das averiguações, me disse que, o Bruno, esbarrou contra a grade (ou o portão ou sei lá o quê) da escola e esfolou o nariz. Disse-me ainda que o menino se queixou que lhe doía a garganta. Realmente, nesse dia - 6ª feira passada - o menino estava muito falador com o prof. ...
Nesta altura estão a perguntar o que tem de grave até agora... Passo a explicar o que aconteceu depois.
Fui buscar o menino há hora de saída. Até aqui tudo normal e, com a confusão de meninos a sair e pais à espera de outros meninos, dei beijinho ao menino e tratei de sair rapidamente dali.
Quando cheguei ao carro, o Tesourinho tinha o lábio pisado e muito inchado. A baba escorria a fio (coisa que eu nunca tinha visto no menino) e ele nem conseguia falar porque não mexia bem o máxilar.
Voltei à escola...
Perguntei à auxiliar se lhe tinham posto gelo na boca, porque este tinha o lábio pisado e a boca inchada. Disseram-me que não, porque o menino se queixava da garganta e não iam por gelo porque fazia pior. Para alem disso, o menino não tinha nada na boca que justificasse por gelo. ninguem tinha assistido a nenhuma queda.
Face à desconfiança sobre o que eu dizia, pedi à Kika que me levasse o menino à escola (ele tinha ficado no carro com ela). Mostrei-lhes o estado da boca do menino, e mesmo assim insistiam que não podia ter acontecido nada porque estavam sempre de olho nele.
Ao fim de um bocadinho de conversa, um menino que estava também ao portão, disse que o Bruno, num dos interválos tinha caído de boca no chão.
A conclusão a que chegámos foi que o menino caiu e (fez o que eu sempre lhe digo) foi a correr contar ao professor, que não percebeu nada...
A dor de garganta que toda a gente achava que o menino tinha, afinal era dor na boca, mas como abria a boca e apontava, achavam que era garganta. A proposito, será que ninguem reparou que ele nem conseguia fechar a boca???
Já me esquecia, o nariz esfolado que o prof. disse ser de raspar na rede, era esfolado de ser assoado, por estar constipado.
Felizmente foi fim de semana e eu pude cuidar do meu Tesourinho. Sexta-feira, mal saímos da escola, pôs logo muito gelo e o "maxilase" que estava a tomar por causa da constipação, foi prolongado por mais dois dias e resolveu também o problema do maxilar e da boca.
Agora o menino está muito melhor da constipação, a boca já só tem uma marquinha e as feridinhas do nariz estão a sarar.
Vamos ver o que a escola tem para me dizer sobre mais este "percalço".
Será que para além de não trabalharem com ele, também não conseguem tomar conta do Tesourinho?