terça-feira, 13 de abril de 2010

Factos e mitos: saiba mais sobre a Síndrome de Down

Apesar dos grandes avanços em relação ao estudo e compreensão da síndrome de Down, séculos de ignorância fomentaram uma série de conceitos equivocados sobre o assunto.
Mesmo a presença de mais pessoas com Down em escolas, ambientes de trabalho e social, ideias antiquadas e desactualizadas sobre a condição ainda circulam entre o resto da população.
Eis aqui alguns dos mitos que ainda cercam as pessoas que nasceram com a Trissomia 21.

As crianças com Down são mais boazinhas que as outras.
Não é verdade. Muitas crianças com a síndrome são incentivadas a sorrir e a abraçar as pessoas de uma forma exagerada. Muitos indivíduos são mais simpáticos que outros mas muitos pais encorajam os filhos a se encaixar no estereótipo.

A maioria das crianças com síndrome de Down nasce de mulheres mais velhas.
Não é verdade. Apesar de as probabilidades de gerar um bebé com Down serem maiores à medida que a mulher envelhece, principalmente a partir dos 35 anos, cerca de 80% dos que nascem com a Trissomia 21 são filhos de mulheres mais jovens. Isto seria explicado por uma combinação de factores como o maior índice de natalidade das mulheres mais jovens.

A síndrome de Down é uma doença.
Não é verdade. As pessoas que nascem com a Trissomia 21 não são doentes, nem vítimas e nem "sofrem" desta condição. O certo é dizer que a pessoa "nasceu" ou "tem" síndrome de Down.

As pessoas que nascem com a síndrome de Down morrem cedo.
Não. Cardiopatias congénitas não diagnosticadas no passado, e que afectam um em cada três bebés que nascem com Down, além de uma tendência à baixa imunidade e problemas respiratórios eram a principal causa da morte prematura das pessoas que nasciam com Trissomia 21. Hoje, graças à medicina moderna aliada a atenção dos pais, os portadores da síndrome têm uma expectativa média de vida de, pelo menos, 60 ou 70 anos.

Uma pessoa que nasce com Down é incapaz de andar, comer e se vestir sozinha?
Não. Apesar de muitas pessoas com síndrome de Down viverem sozinhas e levarem uma vida semi-independente, ainda há médicos que anunciam, assim, aos pais, a chegada de uma criança com Down.

Os portadores da Síndrome de Down podem ter relacionamentos?
Eles são perfeitamente capazes de formar todos os tipos de relacionamentos em suas vidas, seja de amizade, amor ou de antipatizar com alguém.

É verdade que a síndrome de Down é mais comum entre brancos?
Não, esta anomalia genética atinge igualmente a brancos, negros e asiáticos.
Homens e mulheres com síndrome de Down podem ter filhos?
Podem, sim. Há muitos registos de mulheres com Down que tiveram filhos e, nesse caso, as probabilidades de terem filhos com Trissomia 21 são de 35% a 50% maiores. Há dois casos registados de homens com Down que se tornaram pais. Mas as informações sobre a fertilidade deste grupo são muito desactualizadas, pois são baseadas em pesquisas em instituições onde homens e mulheres com Down eram mantidos separados uns dos outros.

Todas as pessoas com síndrome de Down vão desenvolver a doença de Alzheimer?
Não. Apesar de muitos apresentarem sinais de demência a partir dos 40 anos, isso não é inevitável. Os estudos indicam que o índice de demência entre os que nascem com Down é o mesmo do que no resto da população mas acontece 20 ou 30 anos mais cedo.

in BBC Brasil

7 comentários:

Paulinha disse...

Bom post Joni, sinto que nunca é suficiente os esclarecimentos que damos... nunca é demais divulgar, estamos mais perto, no entanto ainda longe do aceitável!

Mudem-se as mentalidades, a chave é a informação! Manter o coração aberto e a divulgação são factores de extrema importância!

Um abraçO!

Grilinha disse...

Bom esclarecimento. Confesso que achei que a meiguice era um aspecto comum a todos !

Se são incentivados a serem assim, ainda bem. Deviam era serem todas as crianças também.

Gostei. Beijinhos

magdaroseiro disse...

Boa noite

Sou estudante de Mestrado de Desgin de Comunicação. Neste momento estou a desenvolver uma campanha sobre a adopção em Portugal. E para esta campanha ter um sentido maior, acho bastante importante incluir testemunhos reais de pessoas que adoptaram e pessoas que neste momento ainda esperam por adoptar. Por esse motivo, vinha lhe perguntar se não se importava de contribuir com o seu testemunho.

Muito obrigada e cumprimentos
Magda Roseiro

Joni disse...

Magda,
Terei todo o gosto em ajudar.
Entre em contacto comigo atraves do meu email (mjonip@gmail.com)

Maria Osório disse...

Olá!

É verdade, este post está simples e de fácil entendimento.

Apesar de muitas pessoas já estarem mais a par com a T21, infelizmente ainda há um caminho longo a percorrer...
A pergunta que mais detesto é: "Então e fizeste alguma coisa errada durante a gravidez para o menino nascer assim...?" Dá-me vontade de explodir! Antes de ter o Tiago não sabia muito bem o que era T21, mas tinha uma ideia que era algo genético. Não acho normal alguém pensar que se fizermos algo de errado durante a gravidez, que vamos ter um filho "deficiente"... mas ainda exisite muito este tipo de pensamento também.

Obg pelo vosso post, pois nunca é demais (re)lembrar que a T21 não é uma doença, não se pega e principalmente, pode acontecer a qualque um!

Beijinhos aos 3 de nós os 4!

knit_tgz disse...

Olá!

Uma dúvida que tenho: se duas pessoas com síndrome de Down tiverem filhos, o que acontece se nascer uma criança com quatro cromossomas 21? É também uma criança com Síndrome de Down ou tem características diferentes (em particular, piores para a vida independente).

E é possivel adultos com Síndrome de Down terem relações de casal (por assim dizer) com adultos sem Síndrome de Down?

T.R. (do grupo nós-adoptamos)

Samantha BAires disse...

Muchísimas gracias por esta entrada. Muchos de esos mitos aún sobrevivían en mi cabeza, como supongo en la mayoría de las personas. Muy interesante todo lo que aportáis desde este blog para acabar con mi propia ignorancia.