Voltei a por tubinhos nos ouvidos

Olá malta!
Ainda não vos vou contar o meu Natal.
Antes disso, quero contar-vos que fui operador aos ouvidos. Sim, é verdade, voltei a meter tubinhos nos ouvidos. Desta vez definitivos.
Uma coisa já vos posso dizer: estou a ouvir muito melhor e ando todo feliz com isso. Só não gostei nada de só poder comer gelados, iogurtes e gelatinas durante 4 dias... Eu gosto é de comida a sério!

Na quinta-feira, dia 20, a minha mãe, a minha Kika, o meu Pipocas e a minha avó levaram-me ao hospital. Eu ia bem disposto, mas um bocadinho nervoso. Ainda me lembrava da outra operação (quando eu tinha 4 anos).
Pouco depois das 7 horas, vieram chamar-me, para eu vestir um pijama amarelo, que a minha mãe diz que me fica muito bem...

Depois uma senhora enfermeira veio conversar comigo e com a minha mãe e pôs-me uma pulseira. Eu não queria a pulseira, mas a mãe sabe sempre como me convencer...

 E pouco depois lá estava eu outra vez a rir e a brincar com a minha mãe.

Como fui operado ao coração quando tinha 2 meses, antes desta operação tive de fazer antibiótico. A mãe explicou-me que era para termos a certeza que o meu coraçãozinho não sofria com a operação...

Entretanto veio o "Dr. Shreck" (era assim que eu chamava a um auxiliar que me parecia mesmo o Shreck. Ele era grande e estava todo vestido de verde. A única diferença que tinha para o Sherck era que era muito magrinho. A mãe até ficou a achar que o Shreck fez dieta...). O Dr. Shreck levou-me para o bloco operatório, mas a mãe foi connosco. A mãe tinha dito que não ia poder ir comigo, mas fez-me a surpresa de ir e eu fiquei muito mais feliz e calminho.

Depois, já eram 10 horas, os doutores vieram buscar-me para a operação. A minha mãe ajudou-me a passar de uma cama para a outra, mas depois teve de ir para a sala de espera do bloco, que era muito perto da sala onde eu fui operado.

A mãe diz que ia fazendo um buraco no chão de tanto andar para trás e para a frente à espera que a operação acabasse.

Finalmente, pouco depois das 10h30m, lá apareceu o doutor para dizer à minha mãe que tinha corrido tudo bem e que eu ia para o recobro. Assim que eu estivesse instalado, iam buscar a minha mãe para ir ter comigo.

Quando acordei da anestesia tentei tirar a agulha que estava espetada no meu braço, mas ninguém me deixou e eu só pedia para irem buscar a mamã.

Finalmente trouxeram a minha mãe e eu tive tantos miminhos... festinhas... beijinhos... e, claro, a mão da mãe a não deixar que eu tirasse a agulha do braço.

Com tanto miminho, e como ainda estava atordoado da anestesia, voltei a adormecer... A mãe ainda estava uma bocadinho preocupada, e não parava de me dar miminhos, mesmo comigo a dormir.

Finalmente acordei e, algum tempo depois, o Dr. Shreck veio buscar-me ao recobro e lá voltei para a cama da enfermaria (onde tinha entrado).

Tive foi de continuar ligado a uma máquina, porque a doutora do recobro queria continuar a ver como estava o meu coração. É que estava a bater um bocadinho devagar e ela só me ia deixar sair quando começasse a bater mais rápido.

Finalmente, o meu coração resolveu que já tinha descansado o suficiente e voltou ao ritmo normal. Eram 15h00m quando a doutora do recobro foi ter com a minha mãe e com as enfermeiras para dizer que eu tinha alta.

Só não gostei da conversa das enfermeiras: agora são 5 dias a comer gelados, iogurtes e gelatinas (só coisas molinhas e fresquinhas). Eu gosto tanto de comida.... Comida a sério.... E 5 dias? Isso incluia o jantar de Natal!
A minha sorte é que a minha mãe se lembrou e perguntou à doutora: "São mesmo 5 dias? É que ele gosta tanto de comer e vai estar toda a família na consoada e o menino a ver... parece quase castigo..."
A doutora disse à mãe: "Como ele só pôs tubinhos e não fez mais nada, faça-lhe a dieta até segunda-feira de manhã. Ao almoço já lhe pode dar comida sólida."

E assim foi. Voltei a COMER na segunda-feira à hora do almoço.

Depois venho aqui contar como foi o meu Natal.

Beijinhos

O Tesourinho