Olá malta!
Pois é, o trabalho da minha mãe mudou de sítio. Ela regressou a Lisboa.
Com esta mudança, também eu mudei de escola. A minha mãe gosta de me
ter perto dela.
A reunião de apresentação na nova escola foi no dia 14 de Setembro, mas
a mãe falou com a minha professora nova e acabou por fazer uma reunião com ela
e também com a professora do ensino especial, no dia 13.
Na reunião, e à minha frente, a mãe falou das minhas “manhas” para
evitar trabalhar. Sim, é verdade, eu sou um bocadinho preguiçoso e, na outra
escola aprendi que bastava dizer “Não sei”, para que me deixassem em paz e não
me obrigassem a trabalhar.
Não sei se gostei que a mãe contasse isto tudo às minhas professoras
novas. O que será que elas vão pensar de mim?
Para além do que falou de mim, a mãe também levou muitas coisas para as
professoras. Tudo em duplicado. Levou o “Intervenção Educativa na Trissomia 21
- Guia de Boas Práticas”, que comprou à Associação Olhares 21 no encontro
nacional de famílias de pessoas com T21, realizado em Março do ano passado, por
altura das comemorações do Dia Mundial da Trissomia 21.
Também levou, para cada uma delas, um exemplar do meu livro. As
professoras pediram-me para autografar e eu fiquei todo feliz.
Como a minha mãe este ano está imparável a tentar abrir algumas portas
logo no início do ano, também fez uma carta para as professoras. Nesta carta
ela fala um bocadinho de mim, pede que sejam exigentes comigo, porque eu “Sou
capaz!” (a mãe adaptou a carta de uma elaborada pela Bita Belo para as
professoras da Leonor). E também pede que vão dando conhecimento, para casa,
das matérias que vão trabalhando comigo.
No dia 14 de Setembro lá fomos nós para a apresentação. Eu estava muito
nervoso. Afinal, estamos a falar de uma escola nova, amigos novos, professores
novos, tudo novo…
Logo no início da reunião, a minha professora apresentou-me aos meus
colegas novos e deu a palavra à minha mãe. É que também para os pais a mãe fez
umas “coisinhas”. É verdade, acho que a minha mãe quer muito que as coisas me
comecem a correr melhor na escola e que eu seja, realmente, incluído.
Eu ajudei a mãe a distribuir um folheto com a minha fotografia e com
algumas palavras sobre mim. A parte de trás do folheto fala um bocadinho da
Trissomia 21. Este folheto foi adaptado de um feito pela Marcelina Souschek
para a Vera.
Distribuímos também um pedido de autorização para utilizarmos fotos dos
meus novos amigos para eu trabalhar. Claro que estas fotos nunca vão aparecer
aqui. São só para eu trabalhar em casa.
No final da reunião, a mãe teve de preencher muitos papéis. Os meninos
da minha sala vieram ter comigo e apresentaram-se. Fomos todos brincar e eu
fiquei todo feliz quando falava e via que eles faziam um esforço para me
entender e conseguiam perceber o que eu queria dizer.
Mas só para terem a certeza que a minha mãe é mesmo muito “chata”,
vejam mais outras coisas ela preparou para mim.
Tudo porque eu sou (só um bocadinho) preguiçoso…
Por agora não vos chateio mais, mas vou continuar a contar-vos as
minhas aventuras.
Beijinhos
O Tesourinho
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